quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Águia Pequena


Pe. Zezinho

Tu me fizeste urna das tuas criaturas
Com ânsia de amar.
Águia pequena que nasceu para as alturas
Com ânsia de voar
E eu percebi que as minhas penas já cresceram
E que eu preciso abrir as asas e tentar.
Se eu não tentar não saberei como se voa
Não foi à toa que eu nasci para voar.

Pequenas águias correm riscos quando voam
Mas devem arriscar.
Só que é preciso olhar os pais como eles voam
E aperfeiçoar
Haja mal tempo, haja correntes traiçoeiras,
Se já tem asas seu destino é voar.
Tem que sair e regressar ao mesmo ninho
E outro dia outra vez recomeçar.

Tu me fizeste amar o risco das alturas
Com ânsia de chegar
E embora eu seja como as outras criaturas
Não sei me rebaixar.
Não vou brincar de não ter sonhos se eu os tenho.
Sou da montanha e na montanha eu vou ficar.
Igual meus pais vou construir também meu ninho,
Mas não sou águia se lá em cima eu não morar.

Tenho uma prece que eu repito suplicante
Por mim, por meu irmão.
Dá-me esta graça de viver a todo o instante
A minha vocação.
Eu quero amar um outro alguém do jeito certo,
Não vou trair meus ideais pra ser feliz.
Não vou descer, nem jogar fora o meu projeto.
Vou ser quem sou e sendo assim serei feliz.

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